Neste texto pretende-se demonstrar a legitimidade do design para se apropriar de signos culturais dos países da Periferia (Maldonado, 1991) como as lendas, os rituais, interpretando-os como a mensagem da nova cultura material na sociedade do Centro.
O desejo de posse pode ser substituído pela aspiração de agir bem, referindo-se a valores como a solidariedade ou a criatividade, unindo as pessoas para objetivos comuns e criando um desenvolvimento sustentável (Yunus, 1999).
Apresenta-se como modelo de interpretação projetos de alunos de design do produto.
Cinco projetos que refletem realidades diferentes (africana, asiática e americana) favorecendo tipologias de produtos com uma forte componente emocional e que aproximam o utilizador dos valores do produto. Os objetos tornam-se intérpretes proporcionando quer a comunicação com o utilizador, quer as relações dos indivíduos entre si. Como se os objetos ao ampliarem a sua função secundária (Eco,1984) fossem também adequados para o ato de pensar, transformando-se em mediadores de uma ação experiencial, interpretativa e contínua com o homem (Norman, 2004).
Com esta investigação esperamos contribuir para o argumento de que o projeto em design é um meio para que os jovens (neste caso os alunos e futuros designers) façam parte da transformação da sociedade, cruzando a dinâmica do design com o conhecimento, para criar contextos sustentáveis.