Sumário Apesar de aprovados por agências reguladoras, estudos científicos evidenciam efeitos tóxicos e alergénicos dos aditivos artificias utilizados na indústria alimentar. O consumidor tem vindo a dar preferência a aditivos naturais, mas estes são ainda uma possibilidade pouco explorada pela indústria. O número reduzido de matérias-primas exploradas como fonte de moléculas com potencial conservante/corante e a baixa estabilidade química e funcional dos aditivos naturais autorizados são fatores que restringem a sua aplicação industrial. Além disso, todos os aditivos alimentares são identificados por um código único (número E), sejam eles naturais ou artificiais. Este sistema de classificação gera desinformação perante o consumidor que associa, indevidamente, "E's" a "perigoso para a saúde". Este projeto assenta numa estratégia de investigação aplicada baseada na experiência que visa tornar os aditivos naturais numa alternativa real e eficiente aos análogos artificiais, tendo como estudo-de-caso o setor de panificação/ pastelaria. Desta forma, o projeto reúne: 1) experiência: das empresas que recorrem aos aditivos artificiais pela incapacidade de utilizar opções naturais; 2) problemas: desinformação generalizada relativamente aos códigos E; dificuldade das empresas na aplicação dos aditivos naturais autorizados e pouca diversidade de oferta; e 3) possibilidades de aprendizagem e perspetivas de investigação aplicada: acesso aberto à informação associada ao código E; estabilização pré e pós-aplicação dos aditivos naturais e exploração de novas fontes. A inclusão de empresas "produtora" e "utilizadora" de misturas para panificação/pastelaria permitirá acompanhar o desempenho dos aditivos naturais ao longo de toda a fileira. As competências complementares do consórcio permitirão trabalhar em áreas da fronteira da ciência e solucionar os problemas apresentados. Possui vasta experiência em estudos de prospeção química, tecnologias de estabilização e libertação controlada de agentes conservantes/corantes, bem como em bioensaios; comprovada pelo historial de publicações e patentes. É constituído por 2 entidades do sistema nacional I&I, 1 empresa de utilização intermédia (no meio da cadeia de aplicação do conhecimento) e 1 empresa utilizadora (no final da cadeia). Conta ainda com o apoio de produtores agrícolas da região (fornecedores de matérias-primas para prospeção de novos ingredientes naturais), Brigantia-EcoPark, que disponibiliza infraestruturas para obtenção dos protótipos, o Centro de Ciência Viva e um Chef (importantes na comunicação e exploração dos resultados). Incluirá ainda alunos em diferentes níveis de formação e investigadores doutorados. De salientar a atualidade do tema em termos económicos, sociais e de saúde pública, o contributo para uma economia circular (através do aproveitamento de bio-resíduos) e o impacto alargado não só no setor agroalimentar, mas também em outros setores industriais pelo efeito de adicionalidade. |