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Congresso Nacional de Produção Integrada

Mais de 200 especialistas reunidos no I Congresso Nacional de Produção Integrada

Produção Integrada considerada fundamental para desenvolvimento sustentável

O I Congresso Nacional de Produção Integrada realizado na Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo [ESA-IPVC], sedeada em Ponte de Lima, com o objectivo principal de apresentar os últimos avanços e as tendências sobre os distintos aspectos da Produção e Protecção Integrada, contou com mais de 200 participantes provenientes de diversos países, entre os quais, Portugal, Espanha, Áustria, Eslovénia e Brasil. Entre as conclusões finais de salientar o facto dos produtos biológicos registarem um aumento de consumo nas grandes superfícies.

“Através de debates e da documentação distribuída, contribuiu-se para o esclarecimento e formação de docentes, investigadores, técnicos, estudantes e agricultores. Fomentou-se ainda, a cooperação entre todos os interessados e contribui-se para o desenvolvimento de ideias e colaborações, no sentido de garantir o avanço da produção e da protecção integrada em Portugal”, disse fonte da organização. Por outro lado “as conclusões deste Congresso realçaram a importância dos trabalhos de investigação e experimentação que decorrem em Portugal, tendo sido salientada a necessidade de promover a Prática da Protecção Integrada e da Produção Integrada, havendo consenso sobre a importância e indispensabilidade deste modo de produção como garante da qualidade dos produtos e de acesso aos mercados, numa óptica de desenvolvimento sustentável” referiu ainda a mesma fonte.

Durante dois dias tiveram lugar seis Sessões Temáticas com a intervenção de 27 conferencistas convidados. O primeiro dia de trabalhos, dedicado à apresentação e debate de temas sobre Protecção Integrada, iniciou-se com uma conferência sobre “Indicaciones de la OILB sobre la utilización de productos fitosanitarios“ proferida pelo Professor Jesús Avilla da Universidade de Lérida e Coordenador da Comissão de Produção Integrada da Organização Internacional de Luta Biológica (OILB) e Protecção Integrada. O segundo dia foi dedicado a temas de Produção Integrada. Foram apresentados 48 comunicações sob a forma de Painel, que permitiram a apresentação de trabalhos de investigação realizados no domínio da produção e protecção integrada, desenvolvidos por diferentes equipas nacionais e estrangeiras.

Os debates sobre a problemática em torno dos meios de luta alternativos a utilizar contra os inimigos das culturas, o importante papel que tem sido desenvolvido pelos técnicos de Produção e Protecção Integrada, e as questões sobre as novas medidas de apoio à Produção e Protecção Integrada constituíram temas de debate de indiscutível interesse.

Na sessão “Homologação, uso sustentável dos pesticidas e protecção integrada” foi abordada a perspectiva histórica e os marcos da evolução da história em Portugal e na Europa, as perspectivas de evolução próxima da regulamentação Europeia, com destaque para as obrigações a cumprir pelos Estados Membros a partir de 1 de Janeiro de 2014.

A importância e aplicabilidade da limitação natural em fitopatologia (utilização de hiperparasitismo, simbiose e competição entre microrganismos) e a resistência sistémica adquirida e a possível utilização de bioestimulantes como estratégia de protecção de culturas, foram temas debatidos na sessão sobre “Luta Biológica e Biodiversidade”. Foi salientada a importância da biodiversidade funcional, nomeadamente o incremento da limitação natural com utilização de infra-estruturas ecológicas, tal como a importância da classificação e homologação dos biopesticidas. O modo de Produção Biológico e a importância da biodiversidade do solo foram igualmente discutidos.

Na sessão “Medidas indirectas de luta e infra-estruturas ecológicas” foram discutidas questões relacionadas com os efeitos da aplicação de doses sub-letais de pesticidas na fisiologia, desenvolvimento, longevidade, efeitos no sistema imunológico e endócrino em artrópodes. As técnicas de aplicação de pesticidas, nomeadamente a aplicação de técnica de baixo volume nas intervenções fitossanitárias nos pomares de pomóideas no Oeste, foram igualmente bem documentada. A Solarização do solo e a biofumigação foram apontadas como métodos alternativos aos tradicionais desinfectantes do solo. Os resultados da utilização da técnica de enrelvamento, nomeadamente na vinha, foram apresentados querem em termos de efeitos na vinha, nas uvas e respectivos vinhos resultantes e em termos de biodiversidade.

Na sessão “Tecnologias de Produção Integrada” os conferencistas convidados abordaram a implementação e/ou execução de técnicas de Produção Integrada em diversas culturas, através da apresentação de estudos de caso, em culturas hortícolas, na cultura do arroz, na produção de pomóideas na região do Oeste, na cultura da vinha da Região Demarcada do Douro e finalmente na cultura do Kiwi.

No que respeita à comercialização de Produtos Biológicos em grandes superfícies, concluiu-se que o consumo está em crescimento, tendo sido referido o caso de grande sucesso, de entrega ao domicílio de Cabazes com produtos Biológicos.

Na última Sessão temática, sobre “Valorização do Modo de Produção Integrada” as intervenções a convite incidiram sobre a inserção da Produção Integrada no Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e sua fundamentação, bem como a evolução da Produção Integrada e Protecção Integrada e previsibilidade da sua evolução próxima futura em termos de fundamentação legislativa e de suporte técnico-científico.

Foi analisada a prática da Produção Integrada nas fileiras da pêra rocha, da Horticultura, da viticultura na Região do Entre Douro e Minho e da fruticultura de montanha, tendo ficado questões sobre a manutenção do modelo de organização montado no terreno, e o apoio técnico e o normativo próximo futuro.

Os debates ocorridos esclareceram as hipotéticas possibilidades de ainda alterar a regulamentação em curso, sem prejuízo para o já conseguido.

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