Tertúlia promovida pelo NCGM põe participantes a refletir sobre Empreendedorismo
Desmistificar mitos e algumas realidades ligadas ao Empreendedorismo foi o grande objetivo da tertúlia “(Sem) Preconceito do Empreendedorismo”, dinamizada, no dia 28 de fevereiro, pelo Núcleo de Computação Gráfica e Multimédia da ESTG-IPVC, com o apoio da Associação de Estudantes e do curso de Engenharia da Computação Gráfica e Multimédia.
Ricardo Parente (CEO & Founder da empresa PICUS), Martinho Aragão, (Vice-Presidente do Departamento de Saídas Profissionais e Empreendedorismo da Associação Académica da Universidade do Minho e Presidente do Centro de Estudantes de Engenharia Informática da mesma instituição) e Carlos Melo (Presidente do Núcleo de Design da ESTG-IPVC e Vogal da Federação Académica do Instituto Politécnico de Viana do Castelo), foram os oradores convidados a partilhar ideias, desafios e testemunhos sobre a temática.
A atividade, que constituiu um momento de partilha, reflexão e aprendizagem para os participantes, pretendeu clarificar o conceito de Empreendedorismo, considerando a sua importância no desenvolvimento económico local.
A ação de formação iniciou com contributos com vista a definir o conceito de Empreendedorismo. Para Martinho Aragão, “a definição de Empreendedorismo não é consensual”. O representante da Universidade do Minho acabaria por acrescentar que empreender “não é necessariamente inovar, mas sim acrescentar algo de novo”. Ricardo Parente, que se aventurou no mundo do Empreendedorismo ao criar a PICUS, uma empresa de Viana do Castelo que atua na área das Tecnologias de Informação, explicou que, no seu entendimento, “o Empreendedorismo é fruto de uma herança genética”. Clarificado o conceito, seguiram-se intervenções que transmitiram as ideias-chave sobre o que é ser empreendedor. Para o CEO da PICUS, empreendedor e empresário não são sinónimos, já que os dois têm perfis, características e competências completamente distintas. Ricardo Parente acabaria por acrescentar que, na sua opinião, existem ainda dois tipos de empreendedores: “há os que trabalham e investem o dinheiro que ganham para continuar a fazer o negócio crescer, e há ainda aqueles que têm uma ideia avassaladora, impossível de fazer crescer sem financiamento”. Opiniões que foram partilhadas e complementadas pelos outros dois oradores.
A tertúlia permitiu ainda identificar as vantagens e os riscos de se ser um empreendedor, bem como as dificuldades associadas ao arranque de qualquer projeto. “Investir acarreta riscos, exigindo do empreendedor não só conhecimentos técnicos, como também motivação, atitude, esforço e muita determinação”, foi a opinião partilhada por Carlos Melo. Martinho Aragão acabaria por acrescentar que “no mundo do empreendedorismo, uma das principais lições é que nada se constrói sozinho”. “Há sempre necessidade de trabalhar em equipa”, sublinhou. Para Ricardo Parente, que partilhou a sua experiência pessoal, explicando porque, como e quando decidiu a PICUS, “o empreendedorismo traz tudo menos estabilidade”. A pressão de lidar com as responsabilidades assumidas perante clientes, investidores e colaboradores, o ter de tomar decisões estratégicas para que o negócio cresça (por vezes, a um ritmo acelerado), e a possível resistência da família a um trabalho “mais instável” foram as principais dificuldades enunciadas pelo gestor.
Para os que na plateia mostraram entusiasmo em seguir a via do Empreendedorismo, os oradores foram unânimes ao concordar que cada um teria que “descobrir a paixão/vocação profissional que tem o potencial de se transformar em negócio”, acrescentando que tal descoberta iria exigir um trabalho de autorreflexão, introspeção e honestidade.
A interação entre os oradores e os cerca de 25 participantes marcou esta atividade. No final, ficou evidente que muito mais haveria para partilhar e refletir sobre esta temática, com os três oradores a realçar que “é necessário criar mais espaços de encontro e discussão sobre o Empreendedorismo”.
Esta tertúlia foi mais uma iniciativa realizada no âmbito do Business Ship, um projeto que pretende sensibilizar e incentivar os estudantes da ESTG-IPVC para a inovação e o empreendedorismo, pelo desenvolvimento de um conjunto de ações que estimulem a promoção da educação para o empreendedorismo no seio do ensino superior.