A urgência na formação de novos engenheiros civis assumiu destaque nas VI Jornadas de Engenharia Civil e do Ambiente
Terminaram, na passada quarta-feira, dia 30 de maio, as VI Jornadas Técnicas de Engenharia Civil e do Ambiente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC), uma iniciativa que promove o contacto estreito entre a academia e as empresas da região que intervêm no setor do projeto, construção e reabilitação de edifícios e infraestruturas.
Este certame tem sido, ao longo dos últimos 20 anos, um importante fórum de discussão e de debate de ideias para todos os que desenvolvem atividade no domínio da Engenharia Civil e do Ambiente. A edição deste ano, organizada pelo Grupo Disciplinar de Engenharia Civil, teve um impacto local muito positivo, tendo sido ativamente participada por largas dezenas de interessados, dentre os quais se destacam: alunos, alumni, docentes, investigadores e profissionais que exercem a sua atividade no setor da Construção e da Reabilitação.
A excelência das comunicações e contributos dos 14 oradores convidados, a par da diversidade e da importância dos tópicos abordados, em muito contribuíram para o sucesso destas jornadas, cujo programa contemplou três sessões técnicas, que procuraram discutir, refletir e apresentar visões renovadas sobre os seguintes temas: “A «Revolução» BIM na Engenharia Civil”, “O papel da Ordem dos Engenheiros na regulação da profissão” e a “A Empregabilidade na Engenharia Civil”.
Durante a manhã, sete representantes de empresas do setor da Construção e Reabilitação partilharam o seu conhecimento em temáticas associadas à metodologia BIM - Building Information Modelling, num seminário intitulado “Dia BIM”, levado a cabo em parceria com a Stratbond Consulting, empresa de Consultoria em Gestão Estratégica. As sete palestras apresentadas procuraram sensibilizar a comunidade académica e as empresas presentes para a constante evolução do setor da construção, salientando as vantagens da implementação e do uso de metodologias BIM em todas as áreas da engenharia civil. Foi concluído que, num futuro próximo, a falta de conhecimentos sólidos em BIM determinará uma clara perda de desempenho no exercício da profissão.
Em síntese, as comunicações referentes ao “Dia BIM” focaram os seguintes pontos: - A Arq.ª Cláudia Antunes, da empresa StratBIM, abordou os “Desafios e Tendências do setor AECO”. Na sua palestra, a oradora destacou a importância do BIM na gestão de informação, na realidade aumentada e virtual, na construção modular e pré-fabricada e na construção sustentável. O avanço tecnológico foi apontado como um dos principais desafios da grande maioria das empresas, que ainda “não conseguem lidar com a digitalização”. - A Arq.ª Marta Campos, da empresa Norte Magnético, deu a conhecer casos práticos de “Implementação BIM em Arquitetura”. A oradora salientou que a utilização da metodologia BIM facilita, desde o primeiro momento, a comunicação e o trabalho colaborativo entre os vários intervenientes envolvidos no projeto. - O Eng. Mário Correia, da empresa Archibus, ressaltou, na sua comunicação efetuada por videoconferência, a importância da gestão da informação entre equipas de trabalho na metodologia BIM. - O Eng. Bruno Ribeiro e o Arq. Patrick Loureiro, do grupo Shay Murtagh, abordaram a importância da digitalização numa estratégia global, com equipas de trabalho instaladas em todo o mundo. - O Eng. Gustavo Palma, da Geopalm, destacou a importância da aplicação do sistema de levantamento por nuvens de pontos na construção do modelo BIM. - O Eng. Manuel Tender, Diretor Técnico-Científico do Projeto BIMSafety, salientou a importância do BIM na segurança das obras.
Ao início da tarde, decorreu a sessão técnica “Empregabilidade na Engenharia Civil”. A ação contou com os contributos de cinco empresários do setor, que desmistificaram a ideia do desemprego na Engenharia Civil.
Em resumo, o Eng. Ricardo Reis, da Xispoli, o Eng. Ricardo Sousa, da Edimavil, o Eng. Gonçalo Lopes, da SprenPlan, o Eng. José Terra, da Shay Murtagh, e o Eng. André Mesquita, da William Hare, reconheceram que a Engenharia Civil tem falta de centenas de técnicos especializados que poderão obter altas remunerações na profissão, que o futuro da profissão se fará na área das tecnologias da informação, e que o IPVC fornece formação de elevado nível de qualidade na área da Engenharia Civil.
As jornadas terminaram com a intervenção do Coordenador do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros da Região Norte, Eng. Bento Machado Aires, que abordou o papel da Associação na regulação do exercício da profissão em Portugal. Na sua intervenção, Bento Machado Aires esclareceu a comunidade académica presente sobre as competências técnicas que a inscrição numa das “mais antigas e prestigiadas ordens em Portugal” permite, e assegurou que “há falta de mão-de-obra qualificada no setor da construção civil”, nomeadamente de “profissionais de Engenharia Civil”.
Para o Grupo Disciplinar de Engenharia Civil, o balanço das jornadas é bastante positivo, tendo sido alcançado o objetivo primordial de envolver todos os alunos do CTeSP, licenciatura e mestrado na realização do evento. Para terminar, o Grupo Disciplinar de Engenharia Civil convida todos os jovens que gostem de inovação e busquem a empregabilidade, a frequentar as suas formações, garantindo, após a sua conclusão, uma carreira sólida, bem remunerada e com perspetivas de futuro. Publicado em 05.06.2018