E SE A PÁSCOA FOSSE SEM GLÚTEN? POLITÉCNICO DE VIANA LANÇA DEBATE SOBRE A DOENÇA CELÍACA
Iniciativa acontece dia 31 de março, numa organização conjunta da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Associação Portuguesa de Celíacos
“A doença celíaca [DC] é uma doença autoimune que ocorre em indivíduos com predisposição genética, traduzindo-se numa intolerância alimentar crónica ao glúten, proteína presente em quatro cereais: trigo, centeio, cevada e aveia” explica fonte da Associação Portuguesa de Celíacos [APC].
“A ingestão de glúten leva o organismo a desenvolver uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado, destruindo as vilosidades intestinais na mucosa, responsáveis pela absorção dos nutrientes existentes nos alimentos”, explica Rita Pinheiro, Docente do Politécnico de Viana e Coordenadora da Licenciatura em Engenharia Alimentar.
“Com a eliminação das vilosidades, a área de absorção reduz drasticamente, provocando sintomas de má nutrição. Assim, os celíacos têm de excluir definitivamente o glúten da sua alimentação. Ao excluir o glúten da alimentação, o organismo recupera, regenerando o intestino afetado” esclarece ainda.
“Divulgar a DC e encontrar soluções para os problemas que decorrem desta patologia, bem como alertar as entidades competentes para questões específicas com que os celíacos se deparam no seu dia-a-dia”, constitui um dos grandes propósitos do Encontro Nacional de Celíacos que se realiza já no dia 31 de março, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, sedeada na Praia Norte, uma iniciativa que decorre pela primeira vez naquela cidade.
Um workshop sob o tema “Páscoa Sem Glúten”, com Ana Leitão de CoisasKomSentido, as Conferências “Como melhorar o valor nutricional do pão sem glúten”, por Rita Pinheiro do IPVC, a “Alimentação sem glúten saudável e a baixo custo”, com Rita Jorge da APC, a apresentação de projetos inovadores de engenharia alimentar, assinados por finalistas do Politécnico de Viana, são algumas temáticas e atividades previstas no programa daquele Encontro.
“A DC foi considerada durante muito tempo uma doença rara porque o número de casos diagnosticados na população era baixo” justifica fonte da Associação Portuguesa de Celíacos.
Relativamente à taxa de manifestação da doença em Portugal, a Associação avança que num estudo realizado em 1999 pelo Hospital de São Marcos (Braga) determinou uma prevalência de 1:134. “Atualmente, com a melhoria dos métodos de diagnóstico e o conhecimento de que há diferentes formas de apresentação da doença, com um leque de sintomas variável, sabe-se que na população adulta cerca de 1 em cada 100 indivíduos pode estar afetado pela doença” revelou ainda. A Associação Portuguesa de Celíacos (APC) é a única associação de celíacos em Portugal e tem como missão defender os interesses e direitos destes doentes.