“Executivos - Como São (Re)Compensados”
Capítulo de introdução da obra
O processo de globalização, bem como a crise mundial actual, fez despertar o interesse pela temática da compensação dos executivos de topo das organizações.
Como a generalidade das grandes empresas começou a laborar para um mercado muito superior àquele a que estava habituado - o mercado mundial - a procura, a captação e a retenção de executivos de elevado valor, possuidores de conhecimentos chave de como trabalhar e ser bem sucedido, num mercado global, tornaram-se factores primordiais de sucesso e sobrevivência.
Neste processo de globalização, o próprio mercado de trabalho para os executivos tornou-se também ele mundial e, quer as diferentes formas de compensação, quer os valores salariais superiores praticados pelas grandes empresas dos EUA, têm levado a que (com maior ou menor desfasamento temporal, e um pouco por todo o mundo) passem a ser adoptadas como padrões de referência a nível mundial.
É essencialmente desde os anos noventa, associado a um significativo crescimento da economia mundial e ao surgimento de empresas relacionadas com as novas tecnologias, também denominadas empresas da nova economia, que a comunidade académica - a nível mundial - direcciona o seu interesse para a problemática da composição dos planos de compensação como mecanismo de incentivo dos executivos, e mais recentemente, dos restantes empregados.
Com o mercado em expansão, e uma grande expectativa mundial criada à volta das empresas afectas às novas tecnologias, especialmente as direccionadas para o comércio electrónico, o valor accionista dessas empresas não parava de subir. Os analistas financeiros encontravam fortes incongruências entre os valores de mercado dessas acções e o valor que os modelos tradicionais de avaliação determinavam como sendo o justo. Tornava-se urgente desenvolver novos métodos de avaliação que determinassem, de forma correcta, o valor deste novo conceito de organização, que não possui grandes imóveis, nem força de vendas visível, e cujo mercado de intervenção é mundial, e não local. O valor de mercado destas empresas cresceu de tal ordem que, tal como era esperado, no ano 2000, ocorreu o crash do NASDAQ.