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Empreendedorismo - O que é e como pode ser ensinado?
Empreendedorismo - O que é e como pode ser ensinado?

Em 1983, a universidade de Harvad (U.S.A), organizava um colóquio sob  o tema : “ Empreendedorismo: O que é e o que pode ser ensinado?”, titulo que sintetiza duas das principais questões que ainda hoje gravitão em torno desta disciplina volvidos mais  de vinte anos.

Primeira questão:
            “Empreendedorismo: O que é ?”. Embora aparente ser um conceito moderno, quer pelo frissom com que foi adoptado , quer pela presença cada vez mais constante no discurso de académicos, governantes, opinion-makers e individuos em geral, nada há de “novo” no “ser-se empreendedor”. Passaram quase 60 anos desde que o primeiro curso de empreendedorismo foi organizado nos Estados Unidos, precisamente na Universidade  de Harvad, em 1947. Outros académicos remontam a origem de disciplina a 1938, aos primeiros esforços de Prof. Fujuii no ensino aplicado do empreendedorismo, na Universidade de Kobe , no Japão. Outros irão ainda mais longe e mencionarão os estudos de Schumpeter de inicio do século XX, ou referirão um artigo de Francis Walker de 1876. Portanto, sem ainda termos abordado já o que não é – uma coisa nova. Então, o que explica o protagonismo que adquiriu  na ultima década, nomeadamente em portugal?

O Empreendedorismo enquanto disciplina, sofre dificuldades de delimitação de seu campo, próprias de um objetivo cuja defenição é ainda “aberta”. Ao falar de “Empreendedorismo”, muitos estarão a falar de criação de empresas, outros de gestão micro-empresarial, outros de promoção de auto-emprego, outros de negocios inovadores e de forte base tecnológica, outros de estudos profissionais aplicados, etc. Mas se o foco do “Empreendedorismo” esteve durante muito tempo sobre a ideia de um indivíduo que organiza e gere uma iniciativa empresarial, assumindo os riscos do negócio com o objetivo de vir a obter lucros, hoje expandiu-se claramente para outras áreas: por exemplo, o processo de criação de uma empresa introduz a possibilidade de um negócio  com lucros zero (empreendedorismo não lucrativo), ou a possibilidade de se criar uma nova empresa a partir de uma já existente (empreendedorismo empresarial . E associado ao processo de criação a empresa está o processo de a gerir  -  com as especificidades que caracterizam os pequenos negócios  em crescimentos. Ao mesmo tempo, a popularidade do termo transformou-o num adjetivo – o “ser-se empreendedor “ está hoje conotado com criatividade e inovação, com a iniciativa, com perserverança e com sucesso. A imagem dos capitalistas Scroogianos do século XIX, vis e gananciosos, cedeu perante a imagem do herói moderno:  o empreendedor de sucesso. As normas profissionais de um empreendedor  baseiam-se na identificação e exploração de oportunidades em contextos dinâmicos e é hoje consensual que a capcidade de iniciativa  empresarial é uma das chaves para a inovação, para o aumento da produtividade e para uma e para uma concorência  mais eficaz nos mercados.

Regressando á questão do seu protagonismo, este está hoje indelevelmente associado à necessidade de comunicar que “empregos seguros “, em organizações estáveis e com elevada longevidade, serão cada vez mais uma incerteza. O combate ao défice orçamental pelo lado público, a rapidez com que ocorrem fusões  e aquisições, com as consequentes reestruturações, ou a velocidade  a que o capital circula, dando origem, nomeadamente, a deslocalizações pelo lado privado, têm perturbado quaisquer  expectativas de estabilidade ou de permanência em “empregos para toda a vida”. Sencibilização para o empreendedorismo é tambem isto:estabelecer o espreendedorismo como uma possibilidade de carreira ou como o instrumento que permite dotar os individuos com competências para lidar com a inceteza futura, explorando-a a seu favor. Assim criar uma empresa é apenas uma das possibilidades de carreira para um empreendedor: este pode gerir a sua carreira pessoal de forma a integar uma empresa onde a estrutura e as actividades são dinamicas e fluidas, e  onde seja esperado que o individuo contribua com a sua visão para o desenvolvimento  da organização;ou pode vir a actuar como um agente de mudança em empresas onde falhe a flexibilidade e cuja fossilização de processos seja um factor negativo para o seu crescimento. Um empreendedor deve estar preparado para inovar, quer a partir de uma estrutura criada por si , quer dentro de uma estrutura  já existente.

E assim somos chegados à segunda questão “Empreendedorismo: Como pode ser ensinado?”. Durante muito tempo, o problema dominante no ensino do empreendedorismo foi ideia generalizada de que os empreendedores “nascem não se fazem”. Hoje, a crescente oferta de cursos em empreendedorismo e alguma da recente literatura sobre a temática, oferecem alguma credibilidade ao pressuposto de que algumas competências relevantes para o sucesso de um empreendedor podem, de facto, ser ensinadas, ou pelo menos, encorajadas. Um inquérito de 1993 a gestores de topo de empresas norte-americanas, relevou que, embora a maioria dos inquiridos acredite que traços de característica pessoal são difíceis de influencias, a vasta maioria dos conhecimentos requeridos aos empreendedores pode ser ensinada. Assim, essa questão inicial tornou-se obsoleta, sendo agora a questão relevante o “como pode ser ensinado”, questão que remete para conteúdos e para metodologias pedagógicas.

A “nossa escola” de formação em empreendedorismo, assenta em niveis de experiencia pessoal mas igualmente técnica. Requer pensamento crítico e avaliação ético-profissional, e baseia-se na  permissa de que as actividades empresariais de sucesso são função de condições humanas, do negócio e do contexto. Esta nova forma de ensinar empreededorismo como um processo de gestão de carreira composto de múltiplas novas iniciativas, desta forma  apelando a competências essenciais como o trabalho em rede. De um programa devem ainda constar conteúdos essenciais para a função  gestão empresarial, mas apresentados do ponto de vista de uma actividades nascente . Finalmente , os conteúdos específicos do empreendedorismo, tais como os seus aspectos sociais, psicológicos, históricos e económicos, devem ser parte integrante, incluindo competências  em negociação, cominicação escrita e oral, mas também conteúdos estruturados em torno de estratégias de abordagem a novos desafios: identificação de oportunidades e análise de viabilidadel, planeamento, financiamento e estruturação de novos negócios, exploração de novos mercados e estratégiasde expação,etc.

Assim, os desafios ao ensino em empreendedorismo são muitos, mas esta é uma fase enegável para a pertinência e qualidade da sua oferta. Um estudo de 2004 para o “Global Entrepreneurship Monitor”, relativo ao empreendedorismo em Portugal, revela que o sistema educativo em todos os níveis de ensino não preparava os alunos para tirar vantagens de novas oportunidades de negócio, e não promovia o pensamento crítico ou o pensamento inovador. Este é um desafio para todas as “escolas”, e não apenas para o Ensino Superior.

Não foi  Charles Darwin que se disse ,”não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas aquelas que mais respondem à mudança”? Alguma razão ele teria...

 
 
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