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Expresso

EXPRESSO: “APOSTAR NO FUTURO”

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Apostar no futuro
Em tempos de desânimo, não deixa de ser motivo de esperança o facto de haver empresários que continuam a apostar no futuro. Por exemplo, a Frulact, a única empresa a operar em Portugal em preparados de fruta para outras indústrias, constituiu uma parceria com o Instituto Politécnico de Viana de Castelo (IPVC) que se vai dedicar à investigação aplicada para o desenvolvimento de novos produtos alimentares, novos processo e tecnologias inovadoras, proteção do ambiente e segurança alimentar. E daí?, pensará o leitor. Pois, o daí é que esta não é a primeira aposta na inovação desta empresa. Ela investe anualmente 1,8% da sua faturação em IDI&T. Possui um Núcleo de Investigação e Tecnologia. Trabalha em consórcio vários projetos com outras universidades. Integra redes internacionais de investigação e transferência tecnológica. É membro fundador, exercendo atualmente a presidência, do Pólo de Competitividade e Tecnologia Agroalimentar, designado agora por Portugal Foods. E recebeu numerosos prémios, entre os quais o Prémio COTEC Inovação. Impressivo, dirá o leitor, mas não muito. Bom, a empresa já controla três unidades de produção no exterior (França, Marrocos e Argélia), bem como outras três em Portugal. Significativo, pensará o leitor. E mais significativo tudo se torna se pensarmos que estamos perante uma empresa que faz preparados de fruta e não alta tecnologia e que se situa na... Covilhã. Por isso, o mérito tem de ser atribuído à liderança de João Miranda e à sua equipa, que dão um magnífico exemplo ao tecido empresarial português.

Quem também ignora o fim do mundo é a Bial, que acaba de comprar a farmacêutica italiana SARM, especializada na área da imunoterapia alérgica, nomeadamente na produção, promoção e comercialização de vacinas e diagnósticos. A aquisição insere-se no plano de internacionalização a dez anos da Bial para se tornar um jogador europeu na área da imunoterapia alérgica.

Ora na Bial, liderada por Luís Portela, o que sobressai é a aptidão de pensar a longo prazo - e ter a capacidade de resistência para esperar pelos frutos dessas apostas. Foi também assim com a investigação, certificação e comercialização na Europa e nos EUA do antiepilético Zebinix, um processo que demorou 14 anos e muitos milhões de euros.

A Frulact e a Bial são dois extraordinários exemplos de que, com estratégia, visão, persistência, competência e trabalho somos tão bons como os melhores.
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Autoria: Nicolau Santos, in “Andam a brincar com o fogo”, Expresso, 22 de Julho de 2010
Publicado na edição impressa de 17 de Julho de 2010

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